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Design Thinking: Como melhorar meu processo de design?

Atualizado: 23 de out. de 2021


Photo by UX Indonesia on Unsplash
"O design pode ajudar a melhorar nossas vidas no presente. O design thinking pode nos ajudar a traçar um caminho para o futuro." - Tim Brown

Já se sentiu completamente perdido em meio as muitas tarefas que compõe o design de um produto? Não se preocupe, o Design Thinking veio para te ajudar!


Descubra, aqui, como as mentes mais brilhantes do design organizam seus processos criativos.


Todas as grandes empresas se utilizam, em algum nível, do modelo de Design Thinking para elaborar seus processos criativos/de inovação. Conheça os princípios, as etapas e a filosofia por trás destes processos.

 

Introdução


Na tentativa de criar-se um processo com o fim de viabilizar uma maior eficiência nos processos criativos/inovadores, muitas tentativas falharam.


Criar é brincar com os significados das coisas. Coisas tem diferentes significados em cada contexto. Logo, não é possível definir um processo global que funcione independente de contexto e linguagem - por "linguagem", entenda "conjunto de signos (representações de coisas, como por exemplo as palavras)".


Cada empresa tem seu contexto específico, tem seus valores e seu conjunto de diferentes signos. Não é possível que essa empresa crie um processo que sirva para absolutamente todas as outras. Pois processos são, geralmente, uma sequência de passo-a-passos criados para solucionar problemas específicos, dentro de contextos específicos e utilizando linguagens específicas.


Por isso, fez-se necessária a criação de um modelo de pensamento, no qual os processos devem ser baseados a fim de se obter bons resultados.


Esse modelo de pensamento se chama Design Thinking.


O que é o Design Thinking?


Design Thinking é um modelo metodológico filosófico antropocêntrico. Foi criado em 1973 por Robert H. McKim, e desde então foi sendo aprimorado.


Não entendeu a definição? Vou explica-la, então.


Modelo: não é um processo em si, são um conjunto de conceitos e etapas que servem de base para criação de processos que funcionem no seu contexto e com as suas linguagens.


Metodológico: define um método abstrato para resolução de problemas. Cada etapa do modelo tem uma função e um objetivo. E essas funções são sempre necessárias num processo criativo, independente do contexto dos designers.


Filosófico: é um modelo abstrato e aberto a mudanças. Não existe algo palpável que podemos dizer se algo é, ou não, Design Thinking.


Antropocêntrico: Design Thinking tem o ser humano como ponto central em sua filosofia. Todo processo baseado em Design Thinking deve orbitar o ser humano. Afinal, quem vai utilizar o produto deste processo é um ser humano.


Para que serve?


O Design Thinking é um modelo de processo utilizado para gerar valor para um público-alvo pré-estabelecido. Ele é utilizado para resolver desde problemas simples até problemas complexos. É uma ferramenta poderosa de redução de riscos e de aceleração do processo criativo.


Quais são suas vantagens?


São muitas as vantagens que o Design Thinking nos proporciona.


Trago aqui algumas vantagens citadas no artigo "Design Thinking: Por que é útil? Quais as vantagens?", do blog OITCHAU.


  • Motiva a criatividade

  • Custo-benefício

  • Inspira empatia

  • Segurança de investimento

  • Aumento do engajamento das equipes

  • Diminuição da rotatividade interna

  • Aumento da produtividade


Depois leia o artigo citado acima para se aprofundar mais nas vantagens.


Pilares do Design Thinking


São 3 os pilares que suportam esse modelo:


  • Empatia

  • Experimentação

  • Prototipação


Empatia é a habilidade de se colocar no lugar do outro. Mas que outro? Você deve estar se perguntando. O outro, neste caso, refere-se ao usuário de seu produto.


É sempre importante lembrar que, na maioria das vezes, o seu cliente não será o utilizador do seu produto.


Por exemplo: a empresa que te contratou para gamificar os processos operacionais não vai ser a utilizadora dessa gamificação. Os funcionários que serão; e são eles que devem ser o foco do processo de imersão no público-alvo, não a pessoa que lhe contratou.


Os designers devem se colocar no lugar do usuário. Devem saber quais são as reais necessidades, dificuldades e ideias dos usuários. Deve-se deixar de lado os pré-julgamentos e sentir, na pele, os contextos vivenciados pelos usuários diariamente.


Para isso, é necessária uma imersão no público-alvo. Pois só assim conseguirá entender, de fato, o ser humano por trás deste nome abstrato e impessoal que chamamos de "usuário".


Colaboração é de extrema importância, para o Design Thinking, que haja uma boa comunicação entre a equipe, e que a mesma seja multidisciplinar.


Criatividade é a habilidade de juntar conhecimentos desconexos, é sintetizar os opostos, é unir as diferenças e dar luz a uma nova perspectiva.


Tendo isso em mente, fica fácil entender que faz-se necessária a colaboração entre todas as funções envolvidas no projeto - estando, todas, em pé de igualdade - para que se possa criar ideias e tomar decisões. O equilíbrio entre falar e ouvir é vital.


Experimentação é o catalisador do processo de erro - e, portanto, o de acerto. É de suma importância que se dê a liberdade de errar. Criar deve ser um processo isento de julgamentos.


“Todos nós temos 10 mil desenhos ruins dentro de nós. Quanto mais cedo nós tirá-los, melhor."

(Walt Stanchfield)


Existem muitas formas de solucionar um problema. Um acerto é só uma dessas formas, não lhe ensina nada sobre o que foi feito. O aprendizado só vem com o erro, seja ele seu, seja dos outros. Logo, aprender a errar é o caminho para o acerto.


Etapas do Design Thinking


Em minhas pesquisas, vi que cada lugar define um número diferente de etapas. O que é natural, visto que Design Thinking é um modelo.


Em alguns lugares tem 3 etapas, em outros 5, e também já encontrei 7 etapas.


Escolhi utilizar-me das etapas definidas no blog do Escola Design Thinking by Equipe Echos, pois acredito serem mais didáticas.


São elas:

  1. Entendimento

  2. Observação

  3. Ponto de Vista

  4. Ideação

  5. Prototipagem

  6. Teste

  7. Iteração

Entendimento


É o ponto de partida do projeto. Define os parâmetros iniciais e busca-se entender quais são os problemas a serem resolvidos, quem são as pessoas que precisam destas soluções e qual é o objetivo a ser alcançado.


Observação


Pesquisa de campo. É necessário se inserir no contexto do usuário, pois só assim podemos observar sua atuação cotidiana e perceber quais problemas, desafios ou necessidades podem ser solucionadas.


Lembre-se: o Design Thinking é antropocêntrico. O foco, nesta etapa, é no ser humano por trás do que nós chamamos de usuário.


Busque conhecer as pessoas que utilizarão sua solução. Converse com elas, faça entrevistas. Veja quem são e o que as levaram a ser o que são. Quais são os aspectos emocionais, sociais e econômicos delas?


Esse tipo de informação é crucial para que as fases seguintes tenham sucesso.


Ponto de Vista


Aqui é onde todos os participantes do projeto compartilham suas visões e informações coletadas na pesquisa de campo. Nessa fase teremos diversos pontos de vista completamente diferentes, que devem ser compartilhados com todos a fim de se obter uma visão extremamente rica e e multifacetada.


Assim, é possível definir qual é o problema a ser resolvido.


Uma percepção multifacetada, também, nos abre o mundo de possibilidades para a solução dos mesmos problemas.


Ideação


Aqui é onde acontece o famoso brainstorm, a fase onde ideias começam a ser formuladas. O foco aqui é quantidade, e não qualidade.


Como eu disse na descrição do terceiro pilar do Design Thinking, "é o catalisador do processo de erro - e, portanto, o de acerto. É de suma importância que se dê a liberdade de errar. Criar deve ser um processo isento de julgamentos."


Crie o máximo de ideias com a sua equipe. Coloque todas as ideias ruins no papel, pois assim dará espaço, em sua mente, para que ideias melhores surjam.


Nenhum comportamento que desencoraje o compartilhamento de ideias deve ser tolerado. Qualquer falta de respeito, julgamento ou deboche deve ser desencorajado.


Prototipagem


Hora de botar a mão na massa! Confesso que, para mim, essa é a parte mais divertida de todo o processo. Aqui serão selecionadas algumas das ideias criadas na etapa de Ideação para criar protótipos.


A prototipagem deve ser rápida e protótipos são descartáveis. Existem técnicas de prototipagem rápida que podem ser utilizadas para acelerar mais ainda o processo de antecipar os erros.


Após algumas versões, questionamentos inimagináveis surgirão. Essas técnicas nos permitem ver diversas características, problemas e caminhos que não era possível imaginar antes dessa etapa.


Após definir quais são os questionamentos mais relevantes, traça-se as principais respostas que o protótipo a ser testado com os usuários deve nos trazer.


Teste


Como o nome diz, é hora de colocar os protótipos à prova. Essa etapa é extremamente engrandecedora. Sua equipe verá novos pontos de vista acerca dos protótipos.


Isso permite ver novas possibilidades de melhorias. E quanto mais sua equipe testar, mais vai aprender sobre a solução. Isso, se bem trabalhado, é a chave para o sucesso.


Iteração


Essa etapa é um grande exercício de humildade. Aqui coleta-se todo o material obtido com os testes, busca-se entender as origens e motivos de cada resultado, analísa-se possibilidades, resultados e sugestões, para que seja possível entender, ao máximo, as insatisfações e os caminhos a serem tomados.


Eu já falei muito sobre iteração no meu artigo "Design Iterativo: Como manter sua motivação durante um projeto?", então não deixe de ler a seguir.


Mas é importante deixar claro que iteração é um processo cíclico. A partir da análise obtida com os testes, deve-se voltar à etapa de Entendimento e dar início a um novo ciclo. Ele só acaba quando se atinge uma solução satisfatória.


Essas são as etapas do Design Thinking. São o motivo pelo qual ele é metodológico.

 

Equipes Multidisciplinares


"O conhecimento está disperso na sociedade"

Um conceito do brilhante Friedrich Hayek, um filósofo e economista austríaco ganhador do Prêmio Nobel de Economia (1974) pela participação na Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos.


Pode ser melhor compreendida com essa belíssima explicação do Milton Friedman, em "A História de um Lápis".



Fica muito evidente, para mim, a importância da colaboração entre os profissionais das mais diversas áreas de conhecimento para que seja possível uma percepção multidimensional do problema a ser resolvido.


Às vezes, um problema o qual a solução parecia ser uma melhor direção de arte pode ser mais facilmente resolvido através de programação. Na maioria das vezes, as soluções são completamente inusitadas. E só conseguimos perceber isso através de uma colaboração entre pessoas de diversas áreas.


O Processo



O percurso do processo sempre começa mergulhado em confusão e incerteza, transita aos poucos para percepção de padrões e surgimento de ideias. Então ele passa pela elaboração do conceito, passa pelos protótipos, que por sua vez são testados, analisados e repensados. Até que, finalmente, alcancemos a clareza que precisávamos para solucionar os problemas.


Enfim, não é um processo linear. Existem diversos processos diferentes que obedecem os princípios do Design Thinking, mas nenhum deles é linear. Todos são cíclicos em algum nível.


Como, por exemplo, o processo Double Diamond, da agência de design Design Council.



É um processo de expansão e contração (divergência e convergência), no qual expandir tem como função criar novas opções, e contrair tem como função escolher dentre as opções.


Não vou me aprofundar neste método. Sinta-se a vontade para aprender mais sobre ele neste artigo incrível, de onde retirei a imagem acima: Método Duplo Diamante: Origem e Aplicações.


Conclusão


O Design Thinking é um modelo de processo que coloca o ser humano que existe por trás do usuário no centro das nossas ideias e tomadas de decisões. É uma base de princípios para a criação de processos mais adequados para os contextos da sua equipe.


Serve para nos guiar de forma segura dentre o mar de confusões e incertezas que permeiam o início de todo projeto. Com ele é possível agilizar o processo de errar de forma segura, acelerando, assim, o processo de acertar.


Então, mergulhe no Design Thinking e entenda os princípios que subjazem os principais processos criativos usados pelas maiores empresas inovadoras.

 

Referências


Em texto:






Em vídeo:






 

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