NFTs têm se tornado cada vez mais conhecidos no mundo digital, mas será que você sabe o que são? Descubra agora neste artigo!
NFTs são uma tecnologia revolucionária que permite a propriedade sobre bens digitais, o que era impossível até 2009, quando Satoshi Nakamoto deu o primeiro passo neste sentido através do uso de criptografia.
Através de Tokens, o NFT permite que bens digitais sejam escassos e limitados, permitindo assim a propriedade sobre eles, criando todo um novo mercado, que ainda está dando seus primeiros passos.
O que são NFTs?
NFT é uma sigla para Non-Fungible Token, ou, em português: Token Não-Fungível.
Mas, afinal, o que isso quer dizer? Vamos por partes:
Token
Token, neste caso, é um identificador numérico ou alfanumérico (letras e números) gerado através de operações matemáticas complexas de criptografia, de forma a garantir a escassez artificial de um artigo digital. É um certificado de propriedade sobre um item digital.
No processo de transformar uma imagem em NFT, por exemplo, os dados binários da imagem - os zeros e uns que a compõe no mundo digital -, passam por um algoritmo que gera um número limitado de tokens únicos (número definido pelo artista) e diretamente atrelados à imagem em si. São uma espécie de "assinatura digital", ou "impressão digital" da imagem.
Depois de criado, ninguém pode criar novos tokens para o mesmo NFT, garantindo que a oferta de tokens deste NFT seja limitada.
Exemplo:
Você é um ilustrador, criou uma imagem digital e quer vender como NFT. Para isso, você tokeniza a image, ou seja, gera um número limitado de tokens atrelados a essa imagem.
Imagine que você quer possibilitar que sua imagem tenha, no máximo, 5 donos. Você gera 5 tokens distintos e, uma vez gerados, não se pode gerar mais.
Então, ao invés de vender sua imagem, você vende esses tokens como certificado de propriedade sobre a imagem.
Não-Fungível
Para entendermos o que significa não-fungível, precisamos primeiro entender o que significa fungibilidade.
Fungibilidade é a capacidade de se substituir um item por outro de mesma espécie, qualidade, quantidade e valor.
Exemplo:
O melhor exemplo para bens fungíveis são as moedas de troca: você pode substituir duas notas de 5 reais por uma de 10 reais, assim como uma de 10 por duas de 5.
No Real, a única característica que importa é se é uma nota autêntica ou não. Características como data de emissão da nota, estado de conservação, quem foi o último dono, dentre outras, não importam para quem está recebendo a nota, pois todas as notas de Real são apenas representações diferentes para a exata mesma coisa.
Livros, por exemplo, são diferentes das notas de dinheiro, pois mesmo que você tenha dois livros iguais, ambos não são substituíveis entre si, visto que possuem inúmeras características externas e internas que definem valores distintos para cada uma.
Estado de conservação, data de impressão, edição, editora, número de cópias por tiragem, dentre outros, são algumas das características que determinam o valor de cada unidade de um mesmo livro.
Por mais que o autor, o título, a editora, a capa, a edição e o conteúdo sejam idênticos entre ambos os livros, não são os únicos fatores que determinam o valor de cada um.
Enquanto bens fungíveis são sempre substituíveis e divisíveis entre si, bens não-fungíveis são únicos, indivisíveis e insubstituíveis entre si.
Afinal de contas, você pode dividir/substituir uma nota de 10 reais por duas notas de 5 reais enquanto mantém o mesmo valor, mas não pode dividir/substituir uma pintura em pinturas menores sem perder completamente o valor da pintura.
Exemplos de coisas fungíveis:
Real
Dólar
Bitcoin
Nano
Exemplo de coisas não-fungíveis:
Livros
Ilustrações
Jogos
Peças de arte
Resumindo: Token Não-Fungível pode ser entendido como um Certificado Exclusivo de Propriedade Insubstituível/Indivisível sobre um bem digital.
Onde ficam armazenados?
Os NFTs ficam armazenados em Blockchain, sendo a mais famosa - no mundo das NFTs - a rede da Ethereum. Blockchain é onde fica armazenado o histórico de transações, seja de cripto-moedas, seja de NFTs.
Blockchains são descentralizadas, estando em diversos computadores sincronizados ao redor do mundo inteiro.
São uma espécie de "cartório digital globalizado", onde ficam armazenados os registros de propriedade sobre bens digitais, como cripto-moedas e NFTs.
Por que compram NFTs?
Na antiguidade, os mecenas financiavam artistas como uma forma de incentivar o trabalho dos mesmos, como uma forma de demonstração de status social e como uma forma de investimento, visto que se o artista ficasse famoso, suas obras se valorizariam e o mecena também ganharia muito com isso.
Além de que humanos sempre gostaram de colecionar coisas, principalmente arte; sendo esse um dos motivos pelos quais os mecenas gastavam tanto dinheiro com obras distintas.
Essa realidade foi se transformando e se adaptando aos novos tempos.
Hoje, porém, essa realidade voltou a ficar muito mais próxima do que era na antiguidade, embora bem mais escalável do que antes - você pode comprar de um artista no outro lado do mundo, o que era muito difícil antes da internet.
Você pode comprar um NFT porque achou bonitinho e quer colecioná-lo, pode comprar como uma forma de investimento, pode comprar porque quer dar de presente para alguém, porque seu jogo favorito faz parte deste mercado ou por qualquer outro motivo subjetivo.
A questão é: se mais pessoas se interessarem por seu NFT, o valor/preço dele cresce, caso contrário, diminui. Cabe a você decidir se vai vender ou não.
Como funcionam?
Mas ai você se pergunta: como um NFT pode ser exclusivo se ele é digital e pode ser copiado?
Até pouco tempo atrás, não era possível criar artigos digitais escassos, pois todos eles eram passíveis de serem copiados de forma ilimitada.Entretanto, Satoshi Nakamoto - o idealizador e criador do Bitcoin - resolveu esse problema através do uso da criptografia.
Imagine que você fez uma pintura digital e gostaria de vendê-la na internet.
Hoje, você pode transformá-la em um NFT ao passá-la por um processo de criptografia, que gera um certificado digital de autenticidade através das características da própria imagem e atrelando esse certificado à sua carteira de NFTs.
Isso permite que você comprove em qualquer lugar do mundo que a cópia original é sua, mesmo que existam inúmeras outras cópias.
E, mesmo depois que o NFT foi vendido, ele ainda carrega consigo o nome do artista, mesmo que a propriedade sobre ela seja de outra pessoa. Isso garante que o novo proprietário não se passe pelo autor da obra, mas sim pelo que ele de fato é: proprietário.
Essa tecnologia não impede que cópias sejam feitas, mas garante que somente você - ou a pessoa que comprou - tenha acesso à cópia original verificável em qualquer lugar do mundo. Nenhuma outra pessoa poderá dizer que é dona de sua imagem, mesmo que tenha uma cópia idêntica em mãos.
Em resumo, essa imagem passa por um processo matemático que gera um token único exclusivo para essa imagem - como um RG ou CPF da imagem - e o cadastra em sua carteira de NFTs, certificando que você é o dono da cópia original deste artigo digital. E esse identificador pode ser usado em qualquer parte do mundo para verificar quem é o dono da cópia original da sua imagem.
Usei imagem como exemplo, mas na verdade qualquer arquivo digital pode ser transformado em um NFT. Textos, músicas, áudios, imagens, modelos 3D, dentre muitos outros, são alguns exemplos.
Gasto Duplo
A Blockchain e os Contratos Inteligentes são programados de forma a limitar a quantidade de tokens atrelados a uma obra.
Logo, podem até copiar o conteúdo de seu NFT, mas nunca poderão dizer que são donos dele. Afinal de contas, quando forem verificar, verão que o NFT está atrelado ao seu nome, e não da pessoa que copiou.
Mercado
Essa escassez abre portas para um novo mercado. A indústria pioneira neste segmento é a dos jogos, gerando NFTs para personagens, skins, armas, imóveis, automóveis e diversos outros artigos digitais, e os vendendo através da loja do jogo
Por causa da escassez, caso você tenha gostado da skin do seu amigo, a única forma de consegui-la é comprando ou ganhando dele - no sentido de doação, não de competição.
Esse mercado difere muito dos mercados dos jogos tradicionais, nos quais os itens não têm escassez assegurada e os preços são determinados pelos desenvolvedores.
O mercado dos jogos de NFT operam através da oferta e demanda. Os preços são determinados pela média de quanto os interessados estão dispostos a pagar e quanto os proprietários desejam receber.
Se todo mundo quer um mesmo item, o proprietário pode escolher a oferta que lhe dará maior retorno. Se ninguém tiver interesse em um item, o proprietário pode ir reduzindo o preço até que alguém esteja disposto a pagar - caso ele queira vender, claro.
Jogos, metaversos, filmes, shows, eventos e festas são alguns dos mercados que já estão fazendo uso dos NFTs.
Por que são revolucionários?
A ideia é que NFTs sejam descentralizados e autônomos, embora há discussão sobre o quão descentralizada é a rede mais conhecida de NFT: a Ethereum.
A Blockchain, aliada aos Contratos Inteligentes, compõe um algoritmo autônomo que age de forma muito mais simples, barata e eficiente que cartórios ao registrar e transferir registros de propriedade, além de proporcionar uma maior confiabilidade, pois não depende de humanos.
Hoje é utilizado para vender arte, mas tem muitas outras aplicações ainda inimagináveis.
Algumas aplicações são: ingressos de shows e cinemas, registro de propriedade intelectual sem a necessidade de um governo, personagens, acessórios, imóveis e armas em jogos e em metaversos.
Outra aplicação interessante é utilizar NFT como uma "ação" no sentido econômico da coisa.
Exemplo: eu tenho uma banda e lanço todas as minhas músicas como NFT. Um investidor que acredita no potencial da banda poderá comprar a titularidade sobre as músicas com o intuito de vendê-las quando a banda ficar mais famosa e as músicas valorizarem, na medida que mais pessoas vão querendo ser "sócios" da banda.
Alguns Jogos que usam:
Alguns Metaversos que usam:
Referências
Em Vídeo:
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